sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Uso da Informática na Educação Infantil

Um dos maiores “burburinhos” no meio educacional é como proceder com a Informática na Educação Infantil. Alguns radicalmente contra, outros totalmente a favor e alguns nem contra nem a favor, ou seja, não há unanimidade quanto este uso. Mas um fato é que estes alunos estão vivenciando seu mundo e este mundo tem a Informática como algo fundamental na existência. E, sem contar, a própria curiosidade dessa faixa etária ao ver os pais, irmão, familiares e etc, trabalhando, se divertindo, comunicando com um PC ou um notebook. E eles querem participar, afinal, devem pensar “também sou filho de Deus”…
Podemos entender que a Educação infantil, ao trabalhar com sujeitos em formação pode utilizar-se de recursos informatizados desde que articulados com uma proposta pedagógica sustentada pelo coletivo escolar. Desta forma, a informática não será vista como vitrine, como mero atrativo para pais e alunos.
Como exemplo de atividades que utilizam o computador  podemos citar trabalhos para desenvolver a relação espaço-temporal e o raciocínio lógico-matemático, desenvolver noções de espaço (direção, posição e disposição no espaço) e de tempo (ritmo, seqüência temporal, agora, antes, dia, noite, etc.), desenvolver a coordenação viso motora, identificar as formas geométricas, cores, seqüência numérica e seqüência lógica. Mas para isso tudo, deve-se escolher softwares que estejam de acordo com a proposta pedagógica.
Portanto, uma questão fundamental são os critérios para escolha do software (seja ele, tido como educacional ou não, já que muitos softwares que não compõe o universo dos chamados educacionais, podem, muito bem, servir para esse propósito. Essa situação é primordial quando se fala em utilizar a informática na Educação, já que o apelo comercial e as inúmeras propostas de softwares “milagrosos” estão recheando o mercado e induzindo professores e pais a adquirirem essas “fabulosas máquinas de pensar”. O professor, seja de qual etapa do ensino (do infantil ao universitário) deve e precisa conhecer e ter critérios para a escolha do software de acordo com o grau dos seus alunos e com as propostas pedagógicas que ele destinou à sua atividade de ensino. Como exemplo, apresento critérios interessantes para que possamos analisar softwares destinados à educação infantil. São eles:
·         O material fornece condições para as crianças expressarem suas idéias em: imagem, som, palavras e música;
·         O programa oferece ajuda sob a forma oral para a criança;
·         O programa oferece ajuda sob forma  escrita para a criança;
·         O programa permite que a criança dê outras soluções para as questões que propõe, diferentes daquelas que apresentadas por ele;
·         O programa permite que a criança possa expressar-se através da escrita;
·         O programa permite que a criança possa comparar o que escreveu com a escrita convencional;
·         Os recursos multimídia do programa proporcionam contato com diferentes formas de escrita;
·         O programa permite que as atividades proposta sejam impressas;
·         As atividades impressas possibilitam situações de leitura e escrita.
Sendo assim, entende-se que a relação entre educação infantil e informática na educação deve seguir um projeto político pedagógico, ancorado na contextualização nos modos de vida de uma determinada região. Neste sentido, a escuta desta realidade, a proposição de atividades deve vir mediada em relação com professor e alunos. Os elementos de atração de um software (cor, movimento, som) não devem ser tratados como fundamentais, mas sim como componentes que irão se acoplar à proposta pedagógica da escola e do professor.
        Outra questão primordial são os apelos utilizados para o marketing do software. Muitos prometem o que não podem cumprir e são vendidos como se fossem embasados em fundamentos construtivistas e, na verdade, não atingem os pressupostos básicos para serem chamados como tal.
Daí a necessidade da coerência pedagógica do professor somada a conhecimentos, pelo menos, superficiais de modelos de softwares e sua arquitetura, bem como seguir uma espécie de checklist que contenha critérios que são fundamentais e importantes para comporem o software que o professor deseja de acordo com suas necessidades e estratégias pedagógicas.
Acima, foi apresentado um exemplo de avaliação de software educacional, mas a lista pode ser acrescentada ou diminuída de quaisquer situações que sejam do agrado e de acordo com as estratégias do professor e da escola que se destina o software.
Hoje, a Informática faz parte da vida cotidiana de crianças a adultos, todos a utilizam de alguma forma, seja para o entretenimento quanto para o trabalho e os computadores estão presentes em todas as camadas da população, havendo, inclusive, um aumento significativo nas camadas populares. As últimas estatísticas do uso de computadores no Brasil mostram uma realidade em crescimento vigoroso do seu uso.
Dessa forma, o computador começa a universalizar-se adentrando em todas as camadas da população e, assim, o processo educativo não pode se manter alheio a esse movimento. E, muito menos, a educação infantil pode ser desconhecedora dessa realidade. Uma parte considerável das crianças brasileiras mora em lares que tem acesso ao computador ou tem pessoas que o utilizam de alguma forma no seu cotidiano, tornando-se algo corriqueiro nas conversas e na lida do dia-a-dia e, além disso, não podemos fazer do laboratório de Informática da Escola o local onde mora “o bicho papão”, afinal, onde ele habita criança não entra…